terça-feira, 1 de dezembro de 2015


"Pensar demais nunca funcionou. Faltou o advérbio de intensidade.
Pensar, a gente pensa mesmo que não queira.
Pensar demais é uma insanidade, o que explica o fato de nós, mulheres, sermos todas meio dementes. Pensar demais é um autoboicote, pois depois que se atravessa a fronteira do pensamento controlado e se entra no território do pensamento obsessivo a cabeça da criatura começa a fundir e a soltar fumacinha, até a explosão final.
Pensando demais, a gente ultrapassa a sensatez e vai dar numa zona de turbulência que faz alguns parafusos se soltarem da fuselagem. A coerência desaparece e a fantasia assume o manche. Deveria haver uma sinalização de alerta quando a gente começa a pensar demais: desastre a 100 metros, desastre a 50 metros, desastre na próxima curva – pare!
Pensar demais é desperdiçar um tempo em que você poderia estar amando demais, se divertindo demais e levando a vida a sério de menos. É uma corrida em que sempre se passa voando pelo ponto de chegada, perdendo o rumo. É não ter freio para evitar o descarrilamento de ideias que nunca serão recolhidas, ficarão largadas na pista, sem dono. Pensar demais é uma estrada sem limite de velocidade, um convite ao desatino.
É o que penso."

 Por Martha Medeiros

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