Ainda que eu falasse a língua dos homens, que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria... (1 Coríntios 13). O
mês de junho, para muitos, é o "mês dos namorados". Quem está enamorado
se deixa envolver por uma atmosfera de romantismo e usa de muita
criatividade para demostrar o quanto valoriza a pessoa amada. Mas o amor
romântico é apenas uma dimensão do amor em si.
Pensando em situações diferentes, é até
um tanto difícil definir o amor. Certamente é mais fácil senti-lo do que
explicá-lo. O amor é um misto de força e fraqueza: quando amamos - não
importando agora o tipo de amor em que estejamos envoltos - temos medo
de perder; ao mesmo tempo arriscamos iniciativas que sem o amor não
teríamos; queremos cobrir o ser amado de proteção, cuidados, atenção e
presentes, pois o amor nos liga ao ser amado de modo que o bem-estar da
outra pessoa seja fundamental para nosso próprio bem-estar. Certamente
uma das maiores dores é a causada por um amor não correspondido. Apesar
de o amor ser algo que acontece espontaneamente - quando menos nos damos
conta ele já nos ligou a alguém - se nos afeiçoamos a alguém, é humano
desejarmos que esta pessoa não apenas receba o nosso amor, mas também o
retribua. Empenhar-se pela amizade de alguém e ter indiferença como
resposta é mais ou menos como trabalhar esperando um salário e não
recebê-lo. É frustrante.
O amor é um sentimento dinâmico e, como
tal, requer sempre novidade. A rotina é a maior inimiga do amor porque
este se traduz em criatividade, em renovação, em constante busca por
novas formas de demonstrá-lo.
O gostoso deste sentimento, desta força
atuando na vida da gente, está no fato de não termos controle sobre ele.
Isso porque ele não tem seu ponto de partida em nós. A origem de toda
forma de amor está em Deus. Ele nos ama, nos cria e recria com amor. É
Deus quem implanta este sentimento em nós e ainda o alimenta para que
funcione como uma flor perfumada que vai espalhando seu aroma pelo ar,
de modo que não seja possível não senti-lo. Assim já não é possível
estar tomado por ele e cruzar os braços. Permanecendo inertes diante dos
efeitos do amor, que age dentro de nós e se empenha pela transformação
positiva da realidade em que nos encontramos, estaremos sufocando o
amor, de modo que todas as suas boas características poderão se
converter num mal contra nós mesmos.
Dito tudo isso, quero finalizar
endossando as palavras do apóstolo Paulo quando exorta os cristãos de
Roma a não ficarem devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Que
assim seja entre nós: que nos empenhemos na vivência do amor uns pelos
outros de maneira bem palpável, para que possamos, como Deus, nos
alegrar com os frutos que este amor produz. Amém.
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