sábado, 6 de dezembro de 2014

DEZEMBROS


Os dezembros possuem um aroma
almiscarado
de saudade com esperança.
Dezembro é a encruzilhada,
princípio e fim ao mesmo tempo,
o ano corrente se despede enquanto
o ano novo vem venturoso e repleto
de possibilidades.

Dezembro é sempre mágico,
é o encontro ímpar de passado e futuro,
é a hora da reflexão e dos desejos,
de enxugar as lágrimas do que não
volta mais,
e do sorriso de expectativa.

Dezembro é Natal,
é beleza, é o momento da redenção,
da Fé, do perdão,
de lembrar dos esquecidos,
dos desesperados,
de enxergar além do próprio umbigo.

Dezembro é o mês de sermos mais
humanos e estarmos mais sensíveis.

Dezembro é exceção,
mas deveria ser rotina,
é exemplo e deveria ser seguido.

Dezembro é o mês em que nos
tornamos melhores,
seja para compensarmos o que não
fomos o ano todo,
seja para começarmos a mudar para
o ano que chega.

Dezembro é festa.
Reveillon,
pedidos escritos a lápis em papéis
virgens e raramente lembrados depois,
flores jogadas ao mar com refluxo
ansiosamente aguardado e,
crenças repentinas e fugazes que
geralmente se dissipam com a
fumaça dos fogos.

É promessa de mudança,
é chama acesa!
É tempo de saudade dos que não estão
mais conosco e abrilhantavam nossos
dias ou mesmo eram a razão
principal deles.

É hora de repensar os erros e não
mais comete-los,
é o momento de repassar os acertos
e aprimorá-los.

Dezembro é o prelúdio do futuro,
é a chave do recomeço,
é a estação final do passado,
a conexão com o futuro,
o momento de arquivar o que passou
de forma que possa ser facilmente
consultado depois.

Dezembro é extremo,é decisivo,
é palco de todas as recordações,
é mais um álbum que se fecha.

Dezembro é quando eu me
lembro mais da minha impermanência
e de que sou só um grão de areia
oscilando ao sabor das dunas intermitentes
do destino que nunca cansam
de se modificar.

Por Leonardo Andrade

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