quinta-feira, 21 de abril de 2011

O País das Maravilhas


Se me reinvento em versos e me encontro em cores, minhas emoções nunca deixaram de ter sabores.
Não sou completamente triste e nem totalmente feliz, preciso de sentimentos contraditórios intensos para ouvir a multidão que vive em mim. 
Enveredo por caminhos tortuosos para amanhecer em paisagens distantes.
O mundo da arte me engoliu e me consumiu até que eu pudesse me render. 
Preciso da companhia dos livros para entender outras histórias. 
Preciso de um norte para caminhar em paz e quando a angústia me invade me afogo em palavras e me salvo em poesias. 
Na escuridão da noite eu me acho forte, muitas vezes à luz do dia sobra um gosto de ressaca quando a insônia me engole.
Torturada por textos que gritam em mim eu crio personagens.
Nasce uma história e mais outra e assim bordo em vida outras vidas.
Para o processo acontecer muitos anos se passou e eu passei a ser uma observadora de vidas e de pessoas, isso refinou meus sentimentos. 
A mesma sensibilidade que me recolhe e me ilumina também me tortura e me desanima.
Ah, se eu pudesse escolher. 
Eu faria tudo de novo, pois não existe país mais lindo do que esse e teve até quem o chamasse de País das Maravilhas.
Denise Portes

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